5 de jun. de 2006

Nota sobre Nashville, 1974, Robert Altman

Pode dizer que eu não sou livre, que eu não me importo
A economia está em depressão, mas eu não.


Nashville, uma cidade chamada de grécia americana por ter uma cópia do pathernon de athenas, foi palco do diretor Robert Altman. Ele, segundo vi em algum lugar, juntou 24 histórias paralelas – mas percebi somente ele juntar o universo da política partidária e da cultura.

Cultura da música gospel, country e folk – elas só sobrevivem com o sistema político. E falam de assuntos que dizem respeito à política. A ironia da música quase tema do filme nos mostra como não há como, naquele universo provinciano norte americano, algo estar desvencilhado da política. “Você pode dizer que eu não sou livre, mas eu não me importo”, é o mote.

Mas ninguém ali diz que eles não são livres. Todos, alienados e comandados pela ambição de aparecer de qualquer maneira são levados pelo poder – por quem tem poder: um personagem político candidato a presidente, chamado Heaven. Ele não comanda diretamente porque possui seus contratados. Ele é muito simpático, não violento, pacífico, ele está em todos os lugares, é onipotente e manipula tudo ao seu redor. Às vezes até sem precisar mandar, porque ele é mais que uma pessoa: é uma instituição , uma maneira de se fazer política.

O espetáculo fica evidente no filme – o espetáculo da política. Claro que também o da música vendida (englobando algumas que se dizem rebeldes, como as folks). Todo o ar que os americanos respiram está infectado com essa direção única que é a política não ideológica – aquela conhecida procura por votos não pela persuasão através de argumentos racionais. Uma política idiota, que lida com os eleitores como se fossem idiotas (e eles são), conhecida em qualquer república presidencialista do mundo.

Vemos o absurdo dessa realidade, com a crueza realista de Altman ao usar de improvisos, falas frenéticas e sons completamente diegéticos. Os climas são do filme, as falas são dos personagens, que o diretor extrai do próprio ator. Algo que era comum na década de 70, com um certo espaço que cineastas independentes conseguiram.

Um comentário:

Frioleiras disse...

a PROIPÓSITO DE FILMES... VI HÁ DIAS "O FESTIM DE BABETTE", PELA 2A. VEZ ! ADOREI !...............

 
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