7 de out. de 2006

Cat Ballou (1965)


Já vi ironias sobre os filmes que contam a história dos EUA (Westerns), como Dead Man de Jarmush. Mas esse é um filme contemporâneo, o antigo Cat Ballou (com nome tão sem graça de Dívida de Sangue aqui no Brasil) coloca Jane Fonda no papel principal. Sim, uma mulher. E ela, uma mulher bem diferente do arquétipo Marlyn, nos anuncia uma militância contra a guerra do Vietnã uns anos mais tarde. A filha de Henry Fonda contracena com Lee Marvin - ganhador do Oscar de melhor ator nesse filme.

Nunca havia-se visto Lee Marvin daquele jeito. Ele se escusa do formalismo e encarna um clown - e incrivelmente sóbrio nos convence que é bêbado. Seu personagem é um assassino contratado para trazer justiça à cidade corrompida, em Wyoming. Já que falto tanto à análise pra falar dos atores e atrações do filme, chamo a atenção para as canções dentro da fábula, interpretadas por Nat King Cole. Talvez o único negro do filme, e o mais presente nessa comédia como um evidenciador da mentira do filme. Ele canta com seu parceiro ao longo do filme - contando a história.

Falando em história, nada de mais. Um filme americano da década de 60, já puxando todas as brincadeiras de Chaplin, Irmãos Marx, levando o riso ao mais sério posudo espectador de westerns. Uma coisa é pra ser levada a sério: a possível "moral" do filme. No Interior dos EUA, preconceituoso com índios, corrompido pelo dinheiro, possuído pela moral religiosa falsa, violento, bárbaro, selvagem ainda que passando sua imagem de "democrático". É mais ou menos assim que se criou o que vemos lá em cima - naquele país beligerante, que somente uma mulher como Jane Fonda poderia nos trazer alguma luz - com a ajuda do viciado em "pingas", Lee Marvin.

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