Em 1989, Paul Leduc, o cineasta mexicano conhecido por fitas como Frida, Natureza Viva e Reed, México insurgente, saca à luz Barroco, película baseada no Concerto barroco, de Afasto Carpentier. Esta produção entre Cuba, México e Espanha põe em tela convenções do barroco como a refração do tempo e do ser materializada por uma parte no cânon musical, como espiral de tempo, e por outra, na presença reiterada do espelho, em tanto meio para questionar as relações entre eu-outro e difuminar os bordes entre ficção e realidade. Igualmente, usa a teatralização, como recurso cênico, com uma tendência marcada ao teatro total. Leduc queria fazer um filme para todos os sentidos, e esse projeto frustrado parece tomar corpo em Barroco.
Em princípio, resulta quando menos atraente do que um autor contemporâneo se decida por uma produção dos rasgos de Barroco, pouco comercializada precisamente por sua estranheza. Por isto, e considerando que a película foi concebida como uma curta-metragem em três capítulos para televisão, e que ademais é uma coproducción, é preciso perguntar-se de que fala Leduc nesta época e por que escolhe o tema e a expressão do barroco para fazê-lo? Para quem fala? Que negociações tem que fazer devido ao colapso entre texto literário, história transatlántica, e imagem cinematográfica? Simultaneamente destas inquietudes, esta conferência examina um par de justaposições constitutivas de Barroco (entre o tempo da novela e o do filme, entre o projeto nacional/latinoamericano de Carpentier e o do próprio Leduc). Este último aspecto nos deixará de cheio na problemática neobarroca, só que no marco atual da globalização.
Texto escrito por Monica Maria del Valle (Michigan State University). “Barroco, de Paul Leduc: do banquete textual ao contra-ponto visual”
Em princípio, resulta quando menos atraente do que um autor contemporâneo se decida por uma produção dos rasgos de Barroco, pouco comercializada precisamente por sua estranheza. Por isto, e considerando que a película foi concebida como uma curta-metragem em três capítulos para televisão, e que ademais é uma coproducción, é preciso perguntar-se de que fala Leduc nesta época e por que escolhe o tema e a expressão do barroco para fazê-lo? Para quem fala? Que negociações tem que fazer devido ao colapso entre texto literário, história transatlántica, e imagem cinematográfica? Simultaneamente destas inquietudes, esta conferência examina um par de justaposições constitutivas de Barroco (entre o tempo da novela e o do filme, entre o projeto nacional/latinoamericano de Carpentier e o do próprio Leduc). Este último aspecto nos deixará de cheio na problemática neobarroca, só que no marco atual da globalização.
Texto escrito por Monica Maria del Valle (Michigan State University). “Barroco, de Paul Leduc: do banquete textual ao contra-ponto visual”
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