25 de set. de 2008

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA" por Luciano Berriatúa


Procedimento, que já em Aurora deu lugar a uma bela imagem baseada em Käthe Kollwitz, atinge neste filme o máximo de sua dramaticidade. Depois do longo travelling pelo trigal (símbolo do pão como dom da natureza), os jovens chegam ante a casa do jovem onde vão encontrar um ambiente hostil. A separação entre os protagonistas, o jovem unido a sua casa familiar e a jovem separada dela, faz-se intuir mediante um jogo.

A parede de um celeiro parte a imagem em dois compartimentos. Num deles a jovem, separada da casa que vemos no outro compartimento ocupado pelo jovem. Tão só uma mão dela estabelece um frágil vínculo com o mundo dele.

Vemos a casa sem vida, estática e sinistra com uma zona em contraluz violento (sombra = sinistro). Seqüência de transição entre a alegria dos personagens e o drama que já prepara sutilmente, como um presságio. Ela não poderá integrar-se no mundo dele. São dois mundos separados.


Trecho escrito por Luciano Berriatúa extraído do livro Os Provérbios Chineses de F. W. Murnau; p.555

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