“A França de 1968 não é a Petrogrado de 1917, o nível político é muito mais elevado, os meios de comunicação de massas permitem uma transmissão da informação… Lenin não tinha rádio, nem dava entrevistas ao vivo.”
Daniel Cohn-Bendit
O documentário Grands Soirs & Petits Matins, do diretor William Klein, é um importante registro histórico do famoso “Maio de
O diretor, consciente da repercussão histórica do momento, procurou passar-nos o clima que se vivia
Em nenhum momento se tem uma posição sobre os fatos, Klein se preocupa apenas
Ademais, para os engajados, este registro é um prato cheio. Ver e sentir-se presente em um momento de efervescência política e cultural daquele país, mobilizado pelos estudantes, burgueses ou não, lutando por direitos que, apesar de banais à primeira vista, estão relacionados por uma causa, motivando uma posição política, seja ela anárquica ou de extrema-esquerda.
É quando passam as imagens dos discursos de Cohn-Bendit que mais sentimos o espírito buscado por Klein, o espírito que motivou milhares de estudantes e fortaleceu a classe operária em suas reivindicações, causando muito dano em seu momento ao governo francês, que poderia ter caído se não concedesse boa parte dos direitos exigidos, retratado no filme com as declarações de De Gaulle e do então primeiro-ministro, Georges Pompidou.
Grands Soirs & Petits Matins prova que uma imagem pode valer mais que mil palavras (ou letras) e Klein, que imagem é registro, e registro é memória. Sendo assim, o espírito do “Maio de
“Jornalistas da imprensa burguesa, não manipulem muito minhas palavras. O que disse é pouco e simples, praticamente não disse nada. Então, não vale a pena inventar.”
Daniel Cohn-Bendit
2 comentários:
Não conheço o filme. Vou ver se o encontro.
Algo a se correr atrás, sem dúvida!
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